A Triagem virtual é uma ferramenta computacional poderosa para orientar na identificação de novos hits de grandes bibliotecas químicas. Essa técnica é largamente utilizada em programas de descoberta de fármacos tanto em empresas farmacêuticas como na academia. Existem duas grandes categorias de técnicas de triagem: triagem virtual baseada no ligante (LBVS) e triagem virtual baseada em estrutura (SBVS). A abordagem SBVS utiliza o conhecimento da estrutura 3D de alvos biológicos no processo de seleção de ligantes com afinidade aceitável e complementariedade com o sítio de ligação. Portanto, SBVS pode ser realizado através de cálculos de docking e predição de afinidade de ligação, assim como por estrutura baseada em farmacóforos. A LBVS é a abordagem de escolha quando o alvo biológico não é conhecido ou sua estrutura 3D não está disponível. A LBVS pode ser feita através de busca por similaridade, farmacóforos baseado em ligante ou QSAR (Relação Estrutura-atividade Quantitativa), por exemplo. No projeto OpenZika, como desenvolvemos modelos por homologia confiáveis das proteínas do ZIKV,1

nós utilizaremos docking molecular como técnica de triagem virtual. Outras histórias de sucesso mostraram que o uso de técnicas de triagem virtual permitem a redução do tempo necessário e dos custos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, além de reduzir o risco de falhas de fase tardia. Técnicas in silico foram cruciais para o desenvolvimento do inibidor da integrase do HIV, Raltegravir, do anticoagulante Tirofiban e do antiviral Zanamivir.2

1. Ekins, S.; Liebler, J.; Neves, B. J.; Lewis, W. G.; Coffee, M.; Bienstock, R.; Southan, C.; Andrade, C. H. Illustrating and Homology Modeling the Proteins of the Zika Virus. F1000Research 2016; 5 (0), 275. 10.12688/f1000research.8213.1

2. Glaab, E. Building a virtual ligand screening pipeline using free software: a survey Brief Bioinform, 2016; 17 (2): 352-366. 10.1093/bib/bbv037