Zika vírus: cientistas brasileiros alertam para malformações em bebês sem microcefalia

Dois estudos feitos em recém-nascidos infectados pelo vírus da zika no Brasil revelaram pistas escassas sobre o misterioso funcionamento do patógeno e recomendam que pesquisadores façam testes mais aprimorados para identificar bebês com malformações cerebrais – mesmo aqueles com cabeças de tamanho normal.

Segundo um dos estudos, publicado na revista científica The Lancet, algumas crianças com malformações cerebrais podem não ser diagnosticadas, porque têm cabeças de tamanho normal, e não os crânios pequenos observados em crianças com microcefalia relacionada à infecção por zika.

Zika vírus: cientistas brasileiros alertam para malformações em bebês sem microcefalia Divulgação/TV Brasil

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Vaccine protection against Zika virus from Brazil

Here we show that a single immunization of a plasmid DNA vaccine or a purified inactivated virus vaccine provides complete protection in susceptible mice against challenge with a ZIKV outbreak  strain from northeast Brazil. This ZIKV strain has recently been shown to cross the placenta and to induce fetal microcephaly and other congenital malformations in mice. We produced  DNA vaccines expressing full-length ZIKV pre-membrane and envelope (prM-Env) as well as a series of deletion mutants. The full-length prM-Env DNA vaccine, but not the deletion mutants, afforded complete protection against ZIKV as measured by absence of detectable viremia following challenge, and protective efficacy correlated with Env-specific antibody titers. Adoptive transfer of purified IgG from vaccinated mice conferred passive protection, and CD4 and CD8 T lymphocyte depletion in vaccinated mice did not abrogate protective efficacy. These data demonstrate that protection against ZIKVchallenge can be achieved by single-shot subunit and inactivated virus vaccines in mice and that Env-specific antibody titers represent key immunologic correlates of protection. Our findings suggest that the development of a ZIKV vaccine for humans will likely be readily achievable.

Vacina contra o vírus Zika é testada com sucesso em camundongos

Uma vacina experimental contra o vírus Zika desenvolvida por pesquisadores brasileiros e norte-americanos foi testada com sucesso em experimentos com camundongos.

Os resultados foram publicados na terça-feira (28/06) na revista Nature e, segundo os autores, sugerem que a produção de uma vacina para humanos será “prontamente realizável”.

No Brasil, a pesquisa foi realizada no âmbito da Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo (Rede Zika), com apoio da FAPESP e sob a coordenação de Jean Pierre Peron e Paolo Zanotto – ambos do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Nos Estados Unidos, a coordenação foi de Dan Barouch, da Harvard University, especialista no design de vacinas, sendo um dos primeiros autores Rafael Larocca, ex-aluno no Departamento de Imunologia e ex-bolsista FAPESP.

“A vacina conferiu aos camundongos uma proteção de 100%, ou seja, depois de vacinados, eles foram infectados e não apresentaram viremia [a carga viral medida no plasma foi igual a zero, mostrando que a infecção não progrediu]”, contou Peron.

 

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Em laboratório, vacina detém zika em animais

Duas formulações candidatas a vacina contra o vírus zika passaram com sucesso pelos primeiros testes com animais de laboratório. Cada uma delas, aplicada em dose única, protegeu integralmente os camundongos da infecção por zika, relatam os pesquisadores em artigo publicado nesta terça-feira (28/6) na revista Nature. Nos experimentos com roedores, os dois candidatos a vacina se mostram efetivos tanto contra a variedade do vírus em circulação no Brasil como contra a linhagem encontrada em Porto Rico, no Caribe.

“Mostramos que é possível produzir uma vacina contra o zika”, conta o imunologista brasileiro Rafael Larocca, primeiro autor, ao lado do colega Peter Abbink, do estudo desenvolvido no Centro de Virologia e Pesquisa em Vacina (CVVR), na Escola Médica Harvard, nos Estados Unidos. “Os resultados são fortes e convincentes, mas temos de ser cautelosos e aguardar a realização de mais testes com animais e dos ensaios com seres humanos”, pondera. “Até onde se sabe, essa é a primeira demonstração em modelo animal de proteção contra o zika por meio de vacina”, afirma o médico e pesquisador norte-americano Dan Barouch, coordenador do laboratório em que Larocca trabalha e diretor do CVVR.

Duas vacinas experimentais neutralizaram o vírus zika, círculos azuis nesta imagem feita ao microscópio eletrônico, e evitaram a infecção em camundongos

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Gravidez prolonga ação de vírus da zika, diz estudo com primatas

Pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, demonstraram que uma infecção pelo vírus da zika é prolongada caso ocorra durante a gravidez. O estudo foi publicado nesta terça-feira (27) na revista “Nature Communications“.

Esta também foi a primeira vez que uma pesquisa demonstrou que os macacos rhesus são suscetíveis à infecção pelo vírus da zika e que, portanto, esses animais podem ser usados como modelo para estudo da doença e para a realização de testes para possíveis tratamentos e vacinas.

A equipe constatou que o vírus persistiu no sangue das macacas gestantes por um período de 30 a 70 dias. Entre os animais que não eram gestantes, alguns já estavam livres do vírus 10 dias após a infecção.

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Study: Zika virus infections last longer during pregnancy

University of Wisconsin-Madison researchers studying monkeys have shown that one infection with Zika virus protects against future infection, though pregnancy may drastically prolong the time the virus stays in the body.

The researchers, led by UW-Madison pathology Professor David O’Connor, published a study today (June 28, 2016) in the journal Nature Communications describing their work establishing rhesus macaque monkeys at the Wisconsin National Primate Research Center as a model for studying the way Zika virus infections may progress in people.

The team of UW and Duke University scientists — which includes specialists in emergent and insect-borne diseases, genetics and immunology, pediatrics and pregnancy — have been working with infected monkeys for months.

“What we’ve shown in the monkey model matches a lot of what people have observed in epidemiological studies of humans,” says Emma Mohr, a pediatric infectious disease fellow at UW-Madison and first author on the study with Matthew Aliota and Dawn Dudley, research scientists in UW-Madison’s schools of Veterinary Medicine and Medicine and Public Health, respectively.

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Cientistas descobrem que antibiótico impede infecção por zika

Um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco (EUA) realizou um estudo para tentar entender como o vírus da zika é transmitido de mãe para filho e como esta transmissão pode ser evitada. Os cientistas conseguiram descobrir que a mãe passa o vírus para o bebê através das células da placenta e que as células-tronco neurais do feto são particularmente sensíveis e suscetíveis ao contato com o vírus durante os primeiros seis meses da gestação.

Durante a pesquisa, os cientistas analisaram tecidos de diferentes idades infectados pelo vírus da zika e conseguiram identificar que as células da placenta e do cérebro do bebê possuem um receptor que funciona como uma “porta de entrada” para a célula, chamado AXL, que permite a entrada do vírus – quando o receptor é bloqueado, a infecção não ocorre. Os cientistas criaram uma espécie de mapa temporal que mostra a destruição causada pelo vírus, desde a mãe para as células-tronco neurais do feto através da placenta.

A confirmação veio após a determinação do tipo de células infectadas e o receptor presente, com um experimento usando anticorpos que bloquearam o receptor. Com o estudo, os cientistas descobriram que o antibiótico azitromicina bloqueia a proliferação viral, blindando as células do efeito do zika vírus. Ainda não se sabe como essa proteção ocorre, mas já é possível saber que antibióticos do mesmo gênero possuem ação similar também contra o vírus da dengue e da febre amarela.

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Butantan fecha parceria com EUA para desenvolver vacina de zika

O Instituto Butantan fechou, nesta sexta-feira (24), uma parceria com os Estados Unidos e com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da zika.

O centro de pesquisa brasileiro deve receber US$ 3 milhões da Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada (Barda, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano (HHS), para o desenvolvimento de uma vacina de zika com vírus inativado. O HHS é o órgão equivalente ao Ministério da Saúde dos EUA.

 Imagem feita com crioscopia eletrônica do vírus da zika  (Foto: Universidade Purdue/Divulgação)

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Exposição prévia a dengue pode potencializar zika, sugere estudo

Pessoas que já tiveram dengue podem ter um risco maior de desenvolverem uma infecção mais severa pelo vírus da zika, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (23) na revista “Nature Immunology”.

Testes feitos por pesquisadores do Imperial College London, do Instituto Pasteur de Paris e da Universidade Mahidol de Bangkok sugerem que os anticorpos desenvolvidos contra a dengue são capazes de reconhecer e se ligar ao zika por causa das similaridades dos vírus (ambos são da família dos flavivírus).

Por um mecanismo chamado de “amplificação dependente de anticorpos”, esses anticorpos de dengue pré-existentes são capazes de potencializar a infecção pelo vírus da zika.

É algo similar ao que ocorre com pacientes que são infectados por dengue mais de uma vez, por diferentes sorotipos do vírus: na segunda infecção, o risco de dengue hemorrágica é sempre maior do que na primeira.

Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez  (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)

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Identification of Zika Virus and Dengue Virus Dependency Factors using Functional Genomics

The flaviviruses dengue virus (DENV) and Zika virus (ZIKV) are severe health threats with rapidly expanding ranges. To identify the host cell dependencies of DENV and ZIKV, we completed orthologous functional genomic screens using RNAi and CRISPR/Cas9 approaches. The screens recovered the ZIKV entry factor AXL as well as multiple host factors involved in endocytosis (RAB5C and RABGEF), heparin sulfation (NDST1 and EXT1), and transmembrane protein processing and maturation, including the endoplasmic reticulum membrane complex (EMC). We find that both flaviviruses require the EMC for their early stages of infection. Together, these studies generate a high-confidence, systems-wide view of human-flavivirus interactions and provide insights into the role of the EMC in flavivirus replication.

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